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terça-feira, 22 de junho de 2010

Manon de Boer



Manon de Boer (1966 India) estudou artes na The ABK em Rotterdam e The Rijksacademy em Amsterdã, ambas na Holanda. É uma artista independente, seus trabalhos consistem em filmes, vídeos e áudios, que freqüentemente lidam com questões de memória e tempo/duração. Ela vive e trabalha em Bruxelas, na Bélgica.

Com o que a memória se parece? Não uma memória específica (lembrança), mas a memória em si? Manon de Boer grava pessoas no ato de relembrar suas experiências passadas, suas próprias palavras ou lembrança das palavras alheias. O resultado são filmes e peças sonoras que atestam não a força da memória, mas sua flexibilidade.
O trabalho Sylvia Kristel – Paris (2003) começa com a revelação de que o trabalho consiste em dois monólogos gravados com um ano de diferença. Em ambas as versões a estrela do filme Emanuelle relembra sua vida em Paris. Suas memórias flutuam entre endereços, papéis principais, maridos e casos amorosos.
Na maioria dos meus trabalhos, há um elemento de dúvida em relação a interpretação. No caso do filme Sylvia Kristel – Paris, Kristel fala duas vezes, com um intervalo de um ano, sobre o tempo que vivia em Paris. As duas histórias são diferentes, mas não se pode dizer que uma delas é verdadeira e a outra é falsa. Eu desejo/faço que o observador questionem a estabilidade da identidade introduzindo dúvidas, mas também separando som, imagem e texto. Os diferentes elementos que constituem/constroem um filme ou um trabalho são postos em diálogo um com o outro. Em vez de criar um conjunto homogêneo com o qual o observador pode identificar, o observador é sempre contido/segurado a uma distancia, podendo criar um espaço crítico.”
Manon de Bôer. Para a entrevista “Vídeo Portrait”. 5 de abril de 2006






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