Fotógrafo, escultor, responsável por intervenções em espaços - arquitetônicos e naturais, como também pela criação de micro-espaços. Pode-se dizer que a paisagem é um dos denominadores comuns de sua obra tão diversificada. Mas de que trata Eduardo Coimbra quando trata da paisagem? Trata dela mesma ou dos recursos de linguagem, isto é, das representações que dispomos para tratar dela? Se for assim trata à distância. E haveria outra forma de tratá-la senão à distância? Segundo o artista, sim. É o que afirmam suas instalações ou, dito de um modo menos técnico, suas intervenções em ambientes fechados ou em áreas públicas, ou até mesmo em seus objetos, paisagens em miniatura que uma leitura superficial sugerem ser maquetes, representações, portanto. Mas não é disso que se trata, posto que são paisagens em outra escala que não aquela a que estamos acostumados. A questão é que idéias e imagens possuem autonomia em relação àquilo que representam. Têm a arbitrariedade própria da linguagem, possuem uma lógica tão rigorosa quanto flexível. Basta tensioná-las, invertê-las, lê-las de traz para diante como um palíndromo, para que desandem e apontem para aquilo que até então não se podia imaginar; para o significado variar em outra direção, insólita, absurda. Perpassa a poética de Eduardo Coimbra a idéia de que ao sobrepormos a linguagem ao mundo, termina-se por efetuar uma inevitável confusão entre ambos os termos. Este é o caso dos desenhos em branco cujas linhas são feitas a partir de pequenas ripas de madeira. A idealidade do branco e da geometria não chega a impedir seu desejo de ganhar corpo. O desenho, no geral construções imprevistas, opções geométricas absurdas, converte-se em coisa, objeto tangível.
O trabalho de Eduardo Coimbra compreende a criação de objetos, esculturas e instalações cuja idéia é aproximar visão e pensamento — reunir numa só apreensão a natureza animal e maquínica dos processos, a estrutura matemática e o movimento orgânico. Suas exposições individuais mais recentes incluem Galeria Cândido Portinari/UERJ (Rio de Janeiro, 2002) e Museu de Arte Moderna (Rio de Janeiro, 2001). Entre as coletivas destacam-se Love’s House (Rio de Janeiro, 2002), Século 20: Arte do Brasil (Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 2001), Mostra do Redescobrimento – Módulo Contemporâneo (Museu de Arte Moderna, Buenos Aires, 2001) e III Bienal de Artes Visuais do Mercosul (Parque Sirotsky Sobrinho, Porto Alegre, 2001). Eduardo Coimbra é um dos artistas integrantes do Panorama da Arte Brasileira (MAM SP, MAM RJ e MAM BA, 2001/2002).
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