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domingo, 20 de junho de 2010

Rodrigo Andrade
































Rodrigo Andrade

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al.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=artistas_biografia&cd_verbete=3202&lst_palavras=&cd_idioma=28555&cd_item=1

Biografia


Rodrigo de Castro Andrade (São Paulo SP 1962). Pintor, gravador, artista gráfico. Inicia sua formação em gravura no ateliê de Sérgio Fingermann em São Paulo, em 1977, e no ano seguinte freqüenta o Studio of Graphics Arts, em Glasgow, Escócia. Estuda desenho com Carlos Fajardo em 1981, e participa de cursos de gravura e pintura na Ecole Nationale Supérieure dês Beaux-Arts [Escola Nacional Superior de Belas Artes] de Paris, entre 1981 e 1982. De volta ao Brasil, integra, entre 1982 e 1985, o grupo Casa 7. Em 1984, participa do 2° Salão Paulista de Arte Contemporânea, em que ganha o prêmio revelação, e, em 1985, da 18ª Bienal Internacional de São Paulo e do 8° Salão Nacional de Artes Plásticas, no Rio de Janeiro, no qual recebe o prêmio aquisição. Faz sua primeira individual em 1986, no Subdistrito Comercial de Arte, em São Paulo. Desde 1987, atua como artista gráfico de revistas e livros e produz, entre 1991 e 1998, capas para a revista Veja. Recebe, em 1991, o prêmio Brasília de Artes Plásticas, do Museu de Arte de Brasília - MAB. Nesse ano, participa como professor do projeto A Produção Refletida, da Oficina Cultural Oswald de Andrade, em São Paulo. A partir de 2001, ministra curso sobre arte contemporânea no Museu de Arte Moderna de São Paulo - MAM/SP.

Comentário crítico


No início da década de 1980, Rodrigo Andrade, como outros artistas do grupo Casa 7, realiza obras que apresentam afinidades com a produção dos neo-expressionistas alemães, e também fazem referência à obra do pintor norte-americano Philip Guston. Nessa época, Andrade pinta telas de grandes formatos, com pinceladas amplas e matéricas e cores contrastantes. Como nota o crítico Roberto Pontual, em sua obra as figuras, objetos e cenas, em geral de interiores, sofrem uma fragmentação que não lhes esconde a existência, apenas a suspende na condição de quebra-cabeças, que o olhar reconstitui. A partir de 1985, sua pintura revela uma gestualidade que desfaz as composições mais evidentes, realizadas anteriormente.

A partir de 1999, a produção de Andrade passa por grandes mudanças. Expõe telas nas quais apresenta formas monocromáticas retangulares ou circulares dispostas sobre superfícies neutras. Como aponta o crítico Adriano Pedrosa, suas pinturas parecem simples, porém um olhar atento percebe que há algo de incômodo nessa aparente simplicidade. A disposição das formas, demasiadamente próximas umas das outras ou das margens da tela, as intensas relações cromáticas entre as cores das figuras e o plano de fundo, além das tintas que escorrem para além da área delimitada das figuras, revelam um questionamento em relação à tradição da abstração geométrica. Suas obras fazem alusões a signos e sinais gráficos, presentes no ambiente urbano, porém esvaziados de conteúdo e mensagens.

Cronologia

-Pintor, gravador, artista gráfico

-1977/1980 - Estuda gravura no ateliê de Sérgio Fingermann

-1978 - Freqüenta o Studio of Graphic Arts, em Glasgow, Escócia

-1981 - Cursa desenho com Carlos Fajardo

-1981/1982 - Estudante livre do ateliê de gravura e pintura da Ecole Nationale Supérieure dês Beaux-Arts [Escola Nacional Superior de Belas Artes] de Paris

-1982/1985 - Integra o grupo Casa 7

Crítica

"As novas pinturas de Rodrigo Andrade exigem uma certa demora do olhar. Mesmo naquelas em que a presença é de imediato mais plena, o olhar tem que passar de um território a outro da tela e perfazer um mapeamento desses mundos ao mesmo tempo desagregados e líricos. Sem essa demora o conjunto da obra não emerge, pois ela é um todo de fragmentos que lutam para reconquistar a unidade da tela de que se partiu. Essa maturação do olhar pedida pela obra provém, em parte, da dispersão dos seus fragmentos, mas também de uma atmosfera luminosa difusa e opaca que os impede de se contrastarem sob uma luz definida. O olhar desse modo não consegue de pronto conformar o quadro. Vagueia por esses véus, escuros ou leitosos, e por atalhos quebradiços, até que subitamente um fragmento se põe a falar. E com uma autonomia que deixa por um fio a delicada unidade da obra. Um pedaço de borracha, por exemplo, fixa o olhar, exibe suas rugas, sua maciez algo repelente e, assim por diante, de fragmento em fragmento, a obra se constitui. O quadro se faz e se desfaz. Os fragmentos retangulares duplicam e disseminam o retângulo original da tela, reconstruindo uma identidade ao mesmo tempo que a questionam. O fragmento é, assim paradoxalmente, o lugar em que a obra, negando-se, articula um sentido. São lonas, papelões, papel japonês, pigmentos, chumbo, etc. que puxam a única ou as poucas cores dominantes que há em cada quadro para matrizes que assinalam suas presenças. Por sua vez, a esses diferentes materiais se agregam as marcas de suas estampagens sobre a superfície do quadro: a obra surge, assim, como um acúmulo de resíduos".

Alberto Tassinari



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