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terça-feira, 22 de junho de 2010

Marilá Dardot






Nasceu em Belo Horizonte, 1973. Vive e trabalha em São Paulo . Graduada no curso de Comunicação Social da UFMG, Belo Horizonte (1996).Cursou 3 anos de Artes Plásticas na Escola Guignard – UEMG, Belo Horizonte (1997 a 1999).Mestre em Linguagens Visuais no Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da Escola de Belas Artes da UFRJ, Rio de Janeiro (2003).
Marilá Dardot vem construindo uma obra voltada para questões como o tempo e a palavra. Buscando diferentes formas poéticas de olhar em tempos acelerados como o nosso, ou doar às palavras já existentes no mundo da literatura novas leituras, novos sentidos, a artista vem construindo uma obra calcada numa fina percepção do mundo mais cotidiano. Dardot busca acionar pequenas voltagens que gerem sua quota de transformação em quem com sua obra se encontra, e por conseqüência, no universo ao seu redor.



Marilá Dardot não escreve. Prefere atuar nas entrelinhas que já foram abertas pela literatura. Melhor que fundar uma literatura, é reagir à vida, de dentro dela. Melhor que construir uma cidade, é tentar alguma intimidade com os habitantes das que já existem. Melhor que moldar uma lua, é inventar uma NASA. Dardot atua, como artista, no branco que sobra do papel escrito, nos adjetivos cortados pelas revisões, nos instantes dos textos indicados à respiração, no parágrafo onde o escritor solta a mão do leitor e o abandona. Ela conforta leitores abandonados.Marilá Dardot se locomove no espaço das palavras. Para os espaços vazios e abertos, entre uma letra e outra, Dardot nos ensina a encolher a barriga, tomar cuidado com a ponta das serifas, deslizar o corpo e passar sem atrito pelos vãos; nos espaços preenchidos e ocupados por letras, Marilá Dardot aconselha-nos a projetar o corpo para a frente com cuidado, espremendo-se de encontro à grade de palavras, até a matéria do corpo se fundir à matéria das palavras e ultrapassá-las pelo ato de sê-las ao menos por um instante. Marilá Dardot aprendeu esta técnica, que nos disponibiliza em suas obras, com os fantasmas que ultrapassam paredes e, por isso, se divertem mais.Quando nos convida para uma confraternização qualquer dentro da região literária onde vive, Dardot propõe que a encontremos por acaso ao perambularmos pelas obras que faz. É um jogo: sempre que a encontramos numa destas obras, Marilá Dardot de repente desaparece em nossa frente para, misteriosamente, reaparecer no próximo capítulo.O livro que Marilá Dardot jamais escreverá já existe. Está espalhado nas milhares de páginas por onde a artista transita, pára, olha para trás e, em silêncio, nos joga um aceno. Talvez a artista não acredite num livro universal, coletivo, sendo escrito aos poucos. É bem provável que Dardot prefira acreditar numa realidade universal, coletiva, sendo vivida aos poucos, fadada a ilustrar as situações que existem dentro dos livros.”
Fabio MoraisNono mês de 2007





Um grande livro, Vermelho
2008
Chapas de polipropileno sobre parede 15,43 x 7,23 metros
Simulando os marcadores coloridos utilizados na obra Uliysses, chapas de polipropileno são inseridas na fachada da galeria Vermelho, transformando-a em um imenso livro.










A Origem da Obra de Arte
2002
Instalação150 vasos de cerâmica em forma de letras, terra, 12 tipos de sementes, instrumentos de jardinagem e texto em vinil adesivo sobre janelas O trabalho propõe aos visitantes o plantio dos vasos e a construção de palavras com eles.












www.mariladardot.com

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